DIREÇÃO DA AESET EM ST MAIS UMA VEZ ENVOLVIDA EM DENUNCIAS DE MÁ GESTÃO
A direção da AESET em Serra Talhada está de novo no ‘olho do furacão’. Mais uma vez a gestão dos gêmeos Cosme e Damião é questionada.
O Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE) julgou, em sessão realizada no dia 30 de setembro de 2025, o processo nº 231008703, Auditoria Especial de Conformidade da Autarquia Educacional de Serra Talhada (AESET), que investigou, entre outros pontos, o pagamento aos profissionais do magistério abaixo do piso nacional, o respeito ao salário mínimo, falhas nos controles de jornada, inconsistências no envio de dados ao SAGRES e indícios de nepotismo nas nomeações.
Apesar do relatório apontar diversas irregularidades graves, a prefeita Márcia Conrado foi totalmente isentada de responsabilidade, pela Primeira Turma da Corte de Contas de Pernambuco, enquanto a AESET e seu diretor-presidente ficaram no centro das críticas.
A auditoria constatou que, nos primeiros meses da gestão, profissionais do Colégio de Aplicação da Faculdade de Formação de Professores de Serra Talhada (CAFAFOPST) receberam remuneração em patamar inferior ao piso nacional do magistério previsto pela Lei Federal nº 11.738/2008. Embora os auditores reconheçam que parte das distorções foi corrigida após o diagnóstico, a situação expôs fragilidades nos controles internos da autarquia e colocou em xeque a prioridade dada à remuneração adequada dos docentes.
Outro ponto explosivo do relatório é a relação familiar na cúpula da AESET. O então diretor-presidente da autarquia, José Damião Lima de Medeiros, autorizou nomeações para cargos em comissão que a auditoria considerou configurarem nepotismo em diversas hipóteses. Em seguida, assumiu a presidência da autarquia o irmão gêmeo de José Damião, Cosme Lima de Medeiros, um cenário que, na avaliação dos auditores, concentra poder e favorecimentos dentro da mesma família, reforçando indícios de práticas que violam os princípios da impessoalidade e moralidade administrativa.
Recentemente, uma mãe de aluno do Colégio de Aplicação procurou a imprensa local alegando situação de abandono estrutural no Colégio de Aplicação (Cafafopst), vinculado à Autarquia Educacional de Serra Talhada (Aeset).
Preocupada que seu filho sofra retaliação, ela pediu para ter a identidade preservada. De acordo com a mãe, o Cafafopst está com sua estrutura de ensino cada vez mais deteriorada, o que não corresponde, segundo ela, à mensalidade de R$ 280 paga pelos pais.
Ela questiona a gestão financeira do colégio, bem como critica o fato da estrutura de ensino estar sendo prejudicada pelo privilégio da Aeset com o curso de medicina.
“O Colégio de Aplicação, conhecido como escola de referência, infelizmente não corresponde a esse título. Há fortes suspeitas de má gestão de dinheiro, já que, mesmo com o pagamento de R$ 280 de mensalidade pelos pais, a escola não apresenta melhorias na estrutura.”
“O espaço é cada vez mais reduzido, pois a Faculdade de Medicina já ocupa a maior parte do colégio, deixando os estudantes sem locais adequados para aprender. As salas são quentes, com ventiladores quebrados ou desligados durante as aulas, e o ensino é comprometido pela falta de professores devidamente capacitados.”
“Assim, o que deveria ser uma instituição modelo acaba refletindo descaso, má administração e prejuízo direto para os alunos e suas famílias”, afirmou a mãe denunciante, pedindo para ter sua identidade preservada por receio de ter seu filho ser retaliado.
O relator, conselheiro Carlos Neves, votou pela irregularidade do objeto da auditoria em relação à AESET, mas excluiu a prefeita da responsabilização.