EDITORIAL DO X DA QUESTÃO – DIA 31/08/20
Pouco a pouco vamos tendo um desenho mais real da disputa nesta campanha politica em Serra Talhada e pode-se ver que não nada de muito criativo ou inspirador. Depois de muito disse me disse, o bloco de oposição, liderado pelo questionado Sebastião Oliveira, rasgou a desculpa de pesquisa eleitoral e retirou do bolso do paletó a pré-candidata Socorro Brito, esposa do impedido Carlos Evandro.
A falta de compromisso de Sebastião com os próprios critérios por ele estabelecidos fez o primo Victor Oliveira escolher outro caminho, que pode ser uma outra via. Restam cerca de 16 dias para que o empresário costure alguma aliança e assim possa concorrer contra seu antigo grupo e contra a pré-candidata governista, Márcia Conrado.
Já alertávamos aqui as incompatibilidades entre Sebastião e Victor e, se o empresário minimizou quando perguntado, Sebastião nunca fez muita questão de esconder que não tinha qualquer interesse em apoiar uma nova disputa com Victor Oliveira.
Ficamos com a impressão que ao escolhe-lo de ultima hora em 2016 o objetivo não era apenas derrota-lo, mas humilha-lo, de tirar dele a capacidade de concorrer depois, porém isso não aconteceu, Victor teve boa votação e na rua, ao contrário do clima no seu antigo grupo, era unanimidade como o nome para disputar a eleição representando o bloco.
O indícios de um desmantelamento programado do pré-candidato estiveram perceptíveis quando desde o primeiro dia após as eleições de 2016 seus aliados insistiram em diminuir sua importância e desacreditar sua votação. Aliado a isso vimos o isolamento de Victor. Enquanto aliados nanicos e de pouco expressão política foram agraciados com cargos, o primo sequer assumiu a condição de líder de partido o que poderia ser um consolo. De modo sistemático Victor foi diminuído dentro do grupo, mas seguiu bem aceito perante a opinião do eleitorado.
O discurso de Victor Oliveira de uma nova política conflita diretamente com o modo de fazer política do seu primo. Em 2018 Victor não ignorou os roubos do PT e pediu votos para Bolsonaro, de maneira velada para não afrontar o primo. Enquanto isso Sebastião colava adesivo em seu cabine de “Lula Livre”. Enquanto Victor propõe uma política diferente, sem prometer cargos ou comprar votos, Sebastião, quando ocupou cargo no governo do Estado, aparelhou com seus aliados. Enquanto Victor defende transparência e austeridade, o primo tem problemas na sua última passagem na extinta secretaria de transportes. A Polícia Federal investiga desvio em obras na BR-101.
Em maio deste ano, endereços ligados Sebastião receberam a visita de policiais federais. Apesar de ter sido manchete em todos os jornais sérios do País, o líder da oposição em Serra Talhada adotou o silêncio e nunca disse nada sobre as denúncias. Essa investigação torna a aliança entre Victor e Sebastião uma incoerência e quebra de discursos do neto de Inocêncio. Agora separados, Victor protege o prestígio adquirido com seu comportamento.
Se o temor de Sebastião era está criando um adversário, a partir de uma boa desenvoltura de Victor ou mesmo de uma eleição, isso aconteceu. Pode ser que vejamos isso já agora, mas também em 2022. Nos resta esperar mais um pouco, afinal o “tempo é o senhor da razão”.