EDITORIAL DO X DA QUESTÃO – DIA 23/03/2022
O que atrapalha mais os governos municipais, o amadorismo, a pauta político partidária ou a memória curta do povo? É lamentável como assistimos de modo geral a um teatro dos horrores quando o assunto é administração pública. As leis que deveriam impedir o mau uso dos recursos estão obsoletas e os prefeitos malandros dão dribles de todo tamanho, para no fim entregar um serviço ou equipamento caro e, normalmente, de baixa qualidade.
O amadorismo é notório, muita gente que não consegue bons resultado sem suas áreas profissionais veem na política uma maneira de enriqueceram com velocidade e chegam lá sem nenhum sentimento de espírito público. Ensaia um discursozinho, solta palavras de ordem, frases fabricadas e, pronto! Vencem eleições.
A questão dos objetivos político partidários também atrapalham as administrações. É divida que se paga com quem ajudou a vencer eleições, é um amontoado de gente custando caro dentro do governo que se faz já pensando na eleição de um “parça” ou mesmo visando a reeleição ou a vitória de quem vai sucede-lo. O povo, é bom que se diga, ao não se importar e dar o seu preço, torna esta relação promíscua perfeita para os oportunistas que saem as compras usam o nosso dinheiro.
A memória curta do eleitor também pode ser outro fator. Afinal ele costuma relativizar o passado, as condutas, os crimes e, feito mulher de malandro, volta confiando na promessa falaciosa de que vai ser melhor, vai parar de beber e respeitar. Depois o que se vê é choradeira de que não tem recurso, é a contratação de empréstimos para isso ou para aquilo, comprometendo gestões seguintes. É o inchaço da máquina deixando pouquíssima margem para os investimentos em infraestrutura.
Estes fatores citados, além de outros, faz com que as gestões façam uma mera maquiagem. Nada avança. O tempo passam, décadas e décadas e nada do que foi plantado há 10, 20 ou 30 anos germina. É sempre um modelo imediatista, com o imediatismo que o eleitor inconsequente gosta. Então vivemos de um asfalto aqui ou acolá, uma limpeza de meio fios, a prefeitura como cabide de emprego e ZERO de política pública para atrair o investimento privado, menos ainda da qualificação da mão de obra para que o jovem de hoje seja o engenheiro de amanhã, quem poderia fazer a cidade cada vez melhor.
É neste cenário que se diz que o povo é o espelho plano dos políticos, ou seja, os nossos representantes, representam mesmo, são cópias fiéis da maioria, que, se também tivesse a oportunidade veria apenas o seu lado e não estaria preocupado com o coletivo, com o geral, nem com o futuro. É preciso mais cidadania, mas empatia, menos oportunismo burro e malandragem de quinta categoria.