ONG VÊ ‘REAÇÃO HOSTIL’ DE TOFFOLI À LUTA CONTRA CORRUPÇÃO
Após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, determinar, nesta segunda-feira (5), uma investigação sobre o trabalho da ONG Transparência Internacional por eventual apropriação indevida de recursos públicos, a entidade divulgou nota afirmando que “jamais recebeu ou receberia, direta ou indiretamente, qualquer recurso do acordo de leniência do grupo J&F ou de qualquer acordo de leniência no Brasil. A organização tampouco teria — e jamais pleiteou — qualquer papel de gestão de tais recursos”.
Após os esclarecimentos descritos no texto, a ONG classificou o pedido de investigação como ‘reação hostil ao trabalho anticorrupção’ e completou: “Ataques às vozes críticas na sociedade, que denunciam a corrupção e a impunidade de poderosos, não podem, no enfatizar, ser naturalizados”.
O pedido de investigação ocorre após reações explícitas de setores do PT a um relatório da ONG que apontou para a queda do Brasil no ranking global sobre percepção da corrupção.
A presidente do PT, Gleisi Hoffman, acusou a entidade de ter “longa trajetória de desinformação sobre os governos do PT” . E foi do deputado petista Rui Falcão (PT-SP) o pedido de investigação remetido do Superior Tribunal de Justiça (STJ) para o Supremo Tribunal Federal (STF).
O pedido de Falcão acusava procuradores do Ministério Público Federal (MPF) de supostos crimes e violações de deveres. Ele mencionou as conexões entre o órgão e a Transparência Internacional, alegando que essas ligações visavam desenvolver ações de “combate à corrupção”.
Segundo o congressista, “sob o pretexto” de desenvolver ações de combate à corrupção, o Ministério Público Federal teria concedido à Transparência Internacional “poderes de gestão e execução sobre recursos públicos”, sem fiscalização e controle do Estado.
Conforme a PGR, seria “evidente” que o arranjo resultaria na gestão privada dos valores de aproximadamente R$ 2,3 bilhões, sem estar sujeita à supervisão e controle dos órgãos estatais de fiscalização.