EDITORIAL DO X DA QUESTÃO – DIA 09/07/2025
Vergonha alheia… é aquele sentimento que temos quando assistimos algumas pessoas com atitudes ou comportamentos que deixa terceiros envergonhados… é isso que sentimos nestes momentos… vergonha do comportamento alheio, e é isso que podemos dizer do comportamento da nossa Câmara de Vereadores.
Tirando meia dúzia de gatos pingados, que aplaudem, seja o que for da prefeita Márcia Conrado, não temos dúvida que a grande maioria dos serra-talhadenses se envergonharam do comportamento subserviente, e porque não dizer, ridículo dos nossos vereadores, na sessão de ontem na Câmara dos Vereadores de Serra Talhada, quando, indo de encontro ao parecer do órgão técnico, no caso o TCE – PE (Tribunal de Contas do Estado), que recomendaram a aprovação das contas do ex-prefeito Luciano Duque, referente ao exercício de 2019, rejeitaram o parecer do Tribunal e ousaram condenar as contas.
Quando falamos ‘ousaram’, é exatamente porque nenhum dos vereadores que votaram contra o parecer do Tribunal, tem condições técnicas para contestar o trabalho feito pelos técnicos do TCE.
Ridiculamente, lendo uma ‘filazinha’ entregue pela assessoria jurídica da prefeita, tentaram justificar suas posições, alegando, como disse um dos parlamentares, “voto pela legalidade, houve improbidade administrativa”, um outro alegou: “Há divergências até entre os conselheiros do Tribunal de Contas, por entender que as irregularidades foram graves”, mais um outro cita: “Irregularidades foram graves e comprometeram a saúde fiscal do município”, e nessa pisadinha vai. Justificativas, como já foi dito, lidas de um texto produzido pelo executivo.
Não queremos dizer que o ex-prefeito não merecesse ter suas contas rejeitadas. Merecia sim, mas já muito antes, quando diversas contas chegaram a casa legislativa, enviadas pelo TCE recomendando que fossem reprovadas, e esses mesmos vereadores, também naquele momento, foram de encontro ao parecer técnico e rejeitaram a condenação.
Naquela época, é preciso lembrar que o prefeito era este agora que eles condenaram, e eles, os legisladores, tal como agora acompanharam o que o executivo lhes indicava.
Fica então a pergunta: como não se envergonhar destes ditos nossos representantes, sempre atrelados ao poder?… sempre seguindo os traços da caneta de quem detém o poder?
Por trás deles, manipulando as cordas quem estava? A prefeita Marcia Conrado que não escondeu seu desejo de derrotar seu adversário, o ex-prefeito Duque.
Antes, este prefeito, lá atrás foi o responsável pela sua chegada ao poder, mas não demorou e romperam, tornando-se rivais políticos.
No início a prefeita só elogiava seu padrinho político, chegando a dizer que iria dar continuidade ao seu governo, mesmo diante de duas gestões desastrosas de Luciano Duque, que em pouco tempo tornou-se a arma de Márcia para se afastarem politicamente, e ela, com interesse de se manter viva na política, viu a necessidade de ‘enterrar’ seu agora adversário.
Não que a gestão de Marcia (agora no seu segundo mandato) seja primorosa, pelo contrário, na maioria dos aspectos repete o estilo do seu ex-aliado e padrinho político, e mesmo por isso, ciente de que deixa um legado pífio, ela tenta agora catapultar seu marido como político, candidato a uma vaga na Assembleia Legislativa do Estado, e para isso precisa tirar Duque do caminho.
Neste vale tudo usou da máquina para manipular o voto dos seus aliados na Câmara, que é ampla maioria, assim como era ampla maioria de Duque na época que era prefeito, e o resultado foi o que se viu ontem, um resultado que apequena nosso legislativo, que escancara a subserviência da grande maioria da casa, tanto que o placar foi de treze a quatro.
Esse movimento orquestrado, onde prevalece apenas interesses pessoais e não a razão, envergonha-nos. Envergonha a Casa Legislativa do Município e envergonha a todos nós serra-talhadenses.
Fica difícil adjetivar o comportamento dos nossos vereadores.
Repetimos: Luciano Duque já deveria ter conta rejeitada há muito tempo, quando de fato os pareceres técnicos apontavam para isso, mas agora não, agora era justamente ao contrário.
O comportamento da maioria dos vereadores apenas comprovou o que já foi dito aqui muitas vezes de que são dependentes, funcionários graduados do executivo municipal.
Fica o alerta para os eleitores: analisem sem paixão… sem ideologia política. Examinem e analisem se merecem nos representar?
É isso que queremos? ou queremos cidadãos íntegros, comprometidos com a seriedade, com a coerência, para que possamos nos orgulhar, para que passemos mais por um momento de vexame como este agora.