EDITORIAL DO X DA QUESTÃO – DIA 28/05/2024
Não vamos tomar partido de A ou B no caso do Pronto Socorro São José, que atendeu as necessidades do município quando da instalação dos leitos de retaguarda durante a Pandemia da Covid 19.
Mas não podemos deixar de rememorar alguns detalhes. O velho hospital, é sabido por todos estava fechado já algum tempo, desde a gestão passada, quando, segundo os proprietários, uma manobra da prefeitura acabou inviabilizando a manutenção do hospital que faz parte da memória da cidade. Quase toda a população tem uma história para contar vivida naquele hospital.
O certo, é que mesmo fechado vinha sendo mantido conservado pelos proprietários, até porque a família imaginava em negociá-lo para algum interessado, até que chegou a Pandemia e o município necessitou do espaço, e ele foi útil.
Passada a Pandemia, o hospital deveria ser devolvido aos proprietários, frisando que durante o período que o município ocupou o espaço, foi pago a família dona do hospital um valor a título de indenização pelo uso, ai então, conforme íamos falando, passado a pandemia, tal valor deixou de ser repassado e o hospital, logicamente voltaria para seus donos.
Mas não foi isso que aconteceu. De repente uma reforma começou a ser realizada no espaço, a revelia dos proprietários. Segundo os anúncios da prefeitura, na imprensa (na época), estava sendo reformado o espaço para funcionamento de um Hospital Filantrópico, que funcionário através de uma instituição filantrópica, mas que atuaria como tão sonhado Hospital Municipal.
A população, é claro, aplaudiu a iniciativa.
Na época a atual prefeita, ao lado do ex-prefeito deixou-se fotografar inspecionando a obra, e até com entusiasma anunciava a abertura do hospital e anunciava que o município estaria contratando leitos no mesmo para auxiliar na rede complementar.
Passados alguns meses, a relação entre a prefeita e o ex-prefeito azedou e o assunto do Hospital Filantrópico foi de água a baixo. Na verdade, serviu unicamente como peça da campanha de deputado do ex-prefeito.
Boatos dão conta de que dinheiro público foi gasto nas reformas que foram feitas, mas este é outro assunto, o certo é que as reformas não foram concluídas e o hospital foi abandonado… literalmente.
Conforme declarou o administrador do espolio do Hospital, as chaves nunca foram devolvidas, e lá, abandonado o hospital foi alvo de ladrões e vândalos que depredaram totalmente o local.
De fato, é lamentável o estado em que se encontra.
Segundo a secretária de Saúde do Município, foi tentado entregar as chaves ao proprietário, que se recusou a receber. Segundo o proprietário isso é uma inverdade. Ele foi enfático ao dizer que nunca lhe entregaram as chaves, e a única vez que fizeram um movimento parecido, lhe apresentaram um documento totalmente irregular para ele assinar, que recusou e acrescentou ainda que tal documento foi visto pela prefeita que também não concordou.
Depois disso, nada mais aconteceu, e o proprietário, de viva voz nos nossos microfones disse que está pronto para receber o hospital da maneira que está, depredado, não importa o prejuízo, quer apenas de volta o imóvel, no entanto, em contato conosco disse que ninguém até agora lhe procurou.
Isso, porém não é o que importa. Toda esta história queremos resumir em uma declaração da secretária de planejamento e gestão. Ela disse que o projeto do hospital não vingou porque o município analisou e viu que não necessitava de um hospital municipal…
Pasmem…”o município não precisava de um hospital”.
Será mesmo?
Existe algum município no Brasil que não necessite de assistência médica para seus munícipes?
Será que existe?