EDITORIAL DO X DA QUESTÃO – DIA 14/11/2024
Muita coisa acontecendo Brasil a fora… Na verdade, mundo a fora, mas vamos hoje dedicar nosso editorial a algo nosso, um assunto doméstico, mas que vem chamando a atenção de muita gente e provocando debates nas redes sociais.
Já faz alguns dias se noticia de que a Fundação Cultural, que herdou a Casa da Cultura juntamente com o Museu da cidade, desativou o Museu e vem dando prioridade a realizar no espaço do Museu, exposições temáticas de artistas locais.
Louvável a iniciativa, não fosse o fato de ter desmontado o nosso Museu da Cidade.
Nossos artistas merecem sim espaços para realizarem suas exposições, mas não em detrimento a nossa história.
Sabemos do zelo e da competência da atual direção da Fundação Cultural, como dissemos, responsável pela manutenção do Museu da cidade. Repetimos, vejam que falamos do Museu da Cidade, espaço onde está guardado toda nossa história, e, como era pregado na época da Fundação Casa da Cultura, um povo sem história é um povo sem identidade.
Lembrando inclusive que foi exatamente por isso que em 1987 foi instalado a Fundação e o Museu da cidade. Nascia um projeto de pensadores artistas e intelectuais de Serra Talhada que tinha como principal propósito resgatar a historia e a cultura de nossa gente. Lembramos inclusive o tema da campana da época: “vamos fazer História”, e convenhamos, a conhecida Casa da Cultura fez.
Alguém pode dizer: Serra Talhada tem outro museu. É verdade, tem o Museu do Cangaço, com tema específico: o cangaço.
O Museu da cidade era mais abrangente, se dedicava a contar a história de Serras Talhada. Toda sua história., até mesmo do advento Cangaço. Lá era possível conhecer a história do Padre Jesus, de Arnoud Rodrigues, de Solidonio Leite, de Moacir Santos, de Agamenom Magalhães, do xaxado, do teatro e tantas outras coisas que são necessárias serem conhecidas pela geração atual.
O Museu da cidade chegou a receber mais de 30 mil visitantes num ano, um fato que foi elogiado até mesmo pelo Demur, órgão do Ministério da Cultura.
É inadmissível ficar sem esse espaço.
A notícia é que as peças do Museu estão repousando em uma sala, onde, segundo o atual presidente, estão sendo catalogadas. Mas ai questionamos. Elas não já estavam catalogadas? O que aconteceu?
Como foi dito no início, não somos contra as exposições, mas lembramos que recentemente a prefeitura assumiu o espaço do CIST, poderia tais exposições acontecerem lá neste espaço, inclusive era esse o projeto da antiga gestão, porque não pensam nisso? o que não pode, a nosso ver é prejudicar nossa história… é privar nossa geração atual de conhecer quem fomos. O que fizeram nossos ancestrais, e o que deixaram de legado para que possamos nos espelhar e nos orgulharmos.