EDITORIAL DO X DA QIESTÃO – DIA 19/01/21
Começou o festival de canalhice.
O que não vai faltar agora serão fotos de políticos participando de vacinações.
O primeira vacinado em Pernambuco, o primeiro vacinado em Minas, na Bahia, Sergipe, e por aí vai.
Podemos até queimar a língua, mas observem se não será assim, e esta prática vai se espalhar como um rastilho de pólvora, aí lá vem: o primeiro vacinado em Serra Talhada, em Afogados, em Flores, etc.
Um verdadeiro festival de hipocrisia, do uso de imagem de algo público, algo que não passa de uma obrigação das autoridades que não se acanham de usarem para se locupletarem.
Outro detalhe: sempre, de preferência uma mulher negra, um ou uma indígena e depois um idoso. Figuras que mexem com o sentimento do povo ou que agradam a movimentos ideológicos já escalados para fazerem o estardalhaço midiático necessário.
Vai ser um desfile de prefeitos, prefeitas, alguns acompanhados de ex-prefeitos, e pretensos candidatos a algum cargo em 2022, assim como outros tantos deputados de mandatos que não vão perder a oportunidade para pousar numa foto.
Eles apostam na ignorância da nossa gente para tentarem atrelar sua imagem a vacina que neste momento é a esperança de todos para se vencer uma batalha onde vimos perdendo vidas diariamente.
O que causa mal-estar é ver toda esta calhordice… todo este mau-caratismo para com a população.
Mais uma vez o povo incauto vai se deixar levar pela lábia, dos políticos inescrupulosos.
Nós daqui vamos sempre gritar, vamos sempre apontar o dedo, chamar a atenção, mas é só isso que podemos fazer, cabe a cada um cidadão e cidadã o discernimento.
Vamos aqui plagiar o presidente Bolsonaro: a vacina é do Brasil, não é de nenhum governador.
E é isso mesmo, não é de nenhum governador, não é do presidente da República, não é de deputados ou prefeitos… é do Brasil.
Tá lá na constituição que todos tem direito a saúde, tem direito a vida, e a vacina é isto aí, a esperança de vida.
Chega desse comportamento condenável e vergonhoso, onde a principal preocupação é ‘aparecer’, tirar proveito de um momento tão doloroso.
Terrível o que assistimos ontem aos pés do Cristo Redentor, a vacinação dos primeiros no Rio de Janeiro.
Uma apelação tão medíocre e terrível quanto a do governador João Dória em São Paulo.
A que nos leva tudo isso?
Em verdade a nada, a não ser sermos ridicularizados perante o restante do mundo.
Vamos dar um basta nisso e vamos mostrar o contrário, vamos mostrar ao mundo nossa expertise em vacinação e vamos dar um show na cobertura vacinal.
Se assim fizermos, se deixarmos de lado a vaidade pessoal de cada um, podemos mostrar do que realmente somos capazes.