EDITORIAL DO X DA QUESTÃO – DIA 03/05/21
E chegamos a maio, o quinto mês do ano. Chegamos nesse arrastar, como se carregássemos uma carga muito pesada, que de fato é.
Quem diria que atravessaríamos todo ano de 2021 com o fantasma da pandemia, do coranavirus a ceifar vidas por todo mundo e assim adentrássemos em 2022, na mesma pisadinha, na verdade numa jornada ainda mais dolorosa, e aqui estamos indo.
Em verdade, nem sabemos direito ainda como tantos sobrevivem. São milhares de profissionais desempregados, e sejamos francos, desesperados por de repente veem sua poupança esvair-se, afinal, como se diz no popular: de onde se tira e não se ponhe…
Pois é assim.
Tantos e tantos já perderam suas fontes de renda. Seja porque perderam o emprego, seja porque não conseguem exercer sua profissão… seja porque não consegue manter sua empresa funcionando.
A fábrica de tributos, de taxas, esta não para.
Chega a conta de água, chega a conta de luz, do telefone, da internete, o IPTU, alvarás, MEI, SIMPLES… e por aí vai.
Estas contas não param, pelo contrário, se dão ao luxo de reajustarem seus valores, como aconteceu recentemente com a conta de energia, pelo menos aqui em Pernambuco, um aumento médio em torno de oito por cento, e mais, ainda anunciam agora que vão aplicar a bandeira vermelha. Traduzindo: mais aumento.
E a renda do cidadão, como está?
Como já foi dito aqui tantas e tantas vezes, este vírus destrói vidas de todas as formas. Destrói matando literalmente, inegável o assombroso número de mais de 400 mil vidas perdidas e destrói levando ao desespero, a depressão milhões e milhões de cidadãos que até então produziam, moviam a economia do país.
É assustador o que se vê em São Paulo. Ruas inteiras com lojas de porta fechada e uma placa de aluga-se na frente.
Alugar a quem?
Esse fenômeno vemos se repetir também aqui nas cidades menores.
Falamos muito aqui: a segunda onda nos pegaria debilitados, tanto do lado sanitário, como do lado econômico.
E o pior de tudo é vivermos neste clima tenso, sob a ameaça de uma terceira onda, e como dizem os especialistas, ainda mais violenta, que pode vir através de uma cepa indiana que é mais agressiva.
Como viver assim?
Como produzir assim?
No meio deste turbilhão aí assistimos os abutres, as hienas se fartando nesse banque macabro. Entre estes, um bando de políticos que se aproveitam do momento para tentarem se locupletar… para se darem bem.
Para estes, não tem valor nenhum as vidas humanas. Não importa a dor dos que ficaram chorando a perda dos seus ente queridos.
Isso tudo é besteira para eles que enxergam apenas o lucro, a ascensão e poder.
A nós cabe ignora-los e tocar nossa vida para a frente. Tentar sobreviver. Cumprir o que acreditamos ser mais eficaz, e mais ainda, sermos solidários. Nossa solidariedade pode salvar vidas, e pode nos salvar.
Apesar de tanto coisa ruim que estamos passando, quem sabe não seja esse o legado que vai ficar: solidariedade.
Quem sabe não foi esta a maneira que a natureza achou para fazer com enxergássemos um ao outro.