EDITORIAL DO X DA QUESTÃO – DIA 03/08/20
A covid-19 promoveu muitas mudanças nos nossos hábitos, embora ainda se registre desrespeito aos decretos e recomendações. Uma das mudanças é o fato de que redobramos os cuidados com a higiene. Se em alguns casos era a falta dela que provocava doenças, avançamos neste aspecto e poderemos ficar com este legado.
Outro ponto é que devemos usar o mundo virtual mais de maneira profissional e produtiva e menos para recreação e futilidades. Usaremos mais as plataformas para produzirmos com segurança e baixo custo e jogaremos menos nossos problemas pessoais em redes sociais.
O distanciamento social, a peça mais importante no combate a covid-19, pegou muitas atividades de calças nas mãos, uma delas a classe política. A covid-19 pode ser um filtro que não estava no script, diminuindo a atuação pragmática das velhas raposas. Embora seja possível dar dribles criminosos no isolamento, políticos podem sofrer a pressão exercida pelo próprio cidadão que tende a refutar visitas inconiventes.
O vírus pode fazer papeis que dispositivos legais faria, se um reforma política séria fosse feita, o que não temos esperanças de que ocorra tão breve. Com este vilão “Made in China”, esvaziaram entrevistas com puxa-sacos aos montes, fazendo aglomeração desnecessária. Políticos detentores de canetas passaram a ter de aparecer sozinhos, algo duro para quem sempre apostou no quantitativo e não no qualitativo.
Políticos tradicionais, marinheiros experientes nos mares da jogatina e da compra de votos, se veem inexperientes nos mares da tecnologia, quando precisarão se adaptar a encontros remotos. Este pode ser um detalhe que colaborará com mudanças que parecem inalcançáveis.
Se, como diz minha vó, não há males que não tragam um bem, o covid-19 pode deixar legados importantes, seja na sua quanto na política.