EDITORIAL DO X DA QUESTÃO – DIA 07/07/20
Com a pandemia que assolou o mundo, assistimos todas as nações atuando em caráter de urgência. Aqui mesmo no Brasil vimos o governo federal decretar estado de emergência e até mesmo ser aprovado o estado de guerra, para permitir que o governo libere verbas sem mais delongas, com urgência para socorrer estados e municípios, melhor dizendo: para salvar vidas.
Pois bem, apesar de toda urgência aparente, não é bem o que vemos na prática.
Existe sim uma urgência, em busca e para receber os recursos enviados pela União, no entanto a aplicação de tais recursos quase nunca chega para socorrer o povo.
O que vemos são compras desastrosas, isso para não ter que fazer acusações sem provas, mas vejamos, como estamos num momento de calamidade, caiu por terra a necessidade de licitações, isso exatamente para poder dar celeridade nos processos quando do socorro à população.
Aí então começou a brincadeira.
Respiradores comprados nunca chegaram, e outros quando chegaram eram para serem usados em porcos e não em humanos.
Aí vem a Policia Federal, o Ministério Público, Tribunal de Contas e o escambau entrar em ação, e trava tudo, e a urgência vai pra cucuia, fica tudo em compasso de espera, enquanto o vírus continua agindo e o povo morrendo.
E cadê a urgência?
Pois bem, país a fora o que vimos são Hospitais de Campanha sem serem nunca concluídos e outros, concluídos, sendo desmontados porque não tiveram utilidade.
Ou seja, os recursos para serem usados com urgência serviram na verdade para alimentar uma indústria de corruptos e ladrões que se beneficiaram e estão se beneficiando com o sofrimento do povo.
Não precisa dar exemplos lá de fora, vamos aqui pro nosso terreiro:
O Hospital de Campanha se arrasta. Já são mais de 3 meses no mesmo lenga lenga, enquanto o Hospam tem que dar nó em pingo d’água e salvar vidas com o pouco que tem.
Para o Hospam não tem nada. Não tem dinheiro de urgência, somente as cobranças, mas para o hospital do Sertão, que não foi concluído, ainda está em construção e para o Hospital de Campanha que está dentro do mato, já foi contratado uma OS para gerir os mesmos pela bagatela de mais de 29 milhões, dinheiro que o Hospam não vê nem em dez anos, só que com um detalhe, o Hospam tá lá, fazendo seu trabalho, estes outros que falamos estão no meio do nada, sem servir a ninguém,.. mas garantem que tudo está sendo feito com urgência.
A mesma urgência que vem tendo a prefeitura municipal quando se fala em instalar leitos de retaguarda.
É brincadeira o que assistimos.
Primeiro a prefeitura anunciou, isso fazem cerca de 90 dias, que havia conveniado com a rede privada, aí se descobre que não existia esses leitos em unidade hospitalar nenhuma, aí correram e instalaram na Casa de Saúde Clotilde Souto Maior, mas veio a vigilância Sanitária do Estado e condenou as instalações alegando que estava tudo errado, que a Casa de Saúde não tinha condições de prestar os atendimentos à Convid, nem os funcionários estavam preparados para tal.
O prefeito em vez de correr (já que é urgência) e resolver o problema, se preocupou em apontar culpados, em politizar o assunto, somente depois de mais de 15 dias é que anunciou que instalaria os leitos na Faculdade de Formação de Professores.
Resolvido o problema.
Não!
Novo anúncio, os leitos serão instalados no Pronto Socorro São José, fechado desde 2014, e que nós daqui dessa bancada gritávamos, apontando, mostrando essa solução, mas o prefeito só enxergou agora.
Disse ele que começou a montar tudo e que em breve tudo vai estar funcionando com instalações de primeiro mundo.
Pronto, agora é esperar.
Quem sabe não acontece logo, não é? Afinal tudo isso é em caráter de urgência.
É triste tudo isso que assistimos.