EDITORIAL DO X DA QUESTÃO – DIA 08/03/2022
Existem atitudes que deve ser tomadas, e outras que deve ser evitadas.
O cidadão precisa ter consciência dos seus deveres, e mais ainda dos seus direitos. Calar diante dos erros é deixar prevalecer o mal, é deixar se consolidar tudo que não deve ser feito.
De que adianta calar diante do comportamento e das atitudes ilícitas de tantos, mas especificamente daqueles a quem foi confiado, através do voto, a condição de administrar nossos bens públicos.
Ver o errado e deixar por isso mesmo é literalmente participar da ilicitude.
Ver o mal feito e não reclamar, é assinar um cheque em branco para aquele que deseja isso mesmo: agir livremente, e sem ser molestado.
Como calar diante do abandono de cemitérios, diante do desmonte da guarda municipal, diante da construção irregular e criminosa de calçamento de ruas muito aquém da largura exigida por lei?
Porque calar diante de obras que se arrastam anos a fio, e só se concluem quando vem trazer benefício em algum pleito eleitoral?
Como ficar apenas observando a situação calamitosa de bairros como o Vila Bela, Ipsep, Jardim das Oliveiras, e outros que mais parecem zona de guerra.
Como calar com aumentos de mais de 400% para seus protegidos e relutância na hora de conceder aumento aqueles que cuidam da formação educacional dos nossos jovens., ou mesmo com a taxação de 14% no salários dos aposentados que já contribuíram sua vida toda?
Porque ficar calado, assistindo passivamente a mal aplicação dos recursos destinados a saúde pública, ou mesmo a subserviência do poder legislativo, preso não se sabe porquê ao mando e desmando do executivo?
Quem não sabe que a máquina pública está inchada e mesmo assim apadrinhados entram até pelas janelas e superlotam, este trem?
Estaremos sempre agindo mal quando nos calarmos diante de uma gestão que trata apenas de fazer politicagem e não de administrar. De uma gestão que palmilha (agora) a zona rural e distritos, sempre os mais pobres, mas não para atender as necessidades básicas dessa gente, e sim, para tentar eleger seu padrinho político para um cargo no legislativo do estado.
Calar diante destas coisa é participar de tudo isso. É concordar.
Já diz o ditado: quem cala consente, aí perguntamos: você consente?
Você consente que ruas e mais ruas sejam alagadas periodicamente sem quem nenhuma ação seja tomada pela prefeitura?
Que ruas recém calçadas já estejam sendo reparadas graças a baixa qualidade do material empregado na mesma?
Você, caro ouvinte, consente isso, aceita que metam a mão no seu bolso, tire seu dinheiro e vá gastar da maneira que bem entenderem?
Pois é isso que acontece; estão gastando o nosso dinheiro. O dinheiro do nosso suor, que ralamos tanto para ganhar, para que engraçadinhos, disfarçados de bem feitores se esbaldem com ele.
A pergunta é essa mesma: temos mesmo que ficar calados?
Mesmo diante do serviço péssimo da Compesa e da Celpe, uma deixando praticamente a cidade toda sem água em suas torneiras e a outra as ruas escuras, nos trazendo insegurança, aumentando a onda de assaltos e outros crimes.
Mas não podemos falar. Não podemos dizer nada. É isso?
Não se pode dizer que o poder público municipal, é corresponsável em tudo isso?
Pois são. Eles, a prefeita e sua equipe tem que se mobilizar e cobrar das autoridades. São eles nossos representantes, foi para isso que os colocamos lá, para buscarem a melhoria para nossa gente, e não as suas melhorias.
Não podemos calar.
Lembrem-se disso.
Calados somos cúmplices destes desmandos, e não queremos isso, queremos?