EDITORIAL DO X DA QUESTÃO – DIA 08/04/2022
O movimento do ex-prefeito Luciano Duque, deixando o PT e acompanhando Marília Arraes no Solidariedade, tem causado um certo alvoroço no partido dos trabalhadores.
A notícia, embora tenha sido oficializada ontem, através de uma carta de Duque, já era conhecida no meio político local. Ele, Duque, já havia inclusive se reunido com os vereadores que lhe apoiam aqui na cidade para comunicar, e isso aconteceu ainda no final da semana passada.
Alguns boatos dão conta que ele tentou (e ainda vem tentando) arrastar algum vereador para sua nova sigla. Pelo que se comenta, até agora sem sucesso.
Entre os que analisam a política de Serra Talhada a ‘pulada’ de barco de Duque não surpreende. O que surpreende mesmo, dizem, é ele ter passado tanto tempo no mesmo ninho.
A chegada do ex-prefeito entre os petistas foi de conveniência. Ele, então candidato do ex-prefeito Carlos Evandro, para sua sucessão, estava sem partido e viu no PT a sigla que poderia lhe dar garantia para disputar a prefeitura. Do outro lado, o PT de Serra Talhada, de reconhecida inexpressividade política, sequer possuía representante na câmara de vereadores, viu a oportunidade de ser catapultado ao poder. E deu certo, pelo menos para eles, não se pode dizer o mesmo para o município.
Apesar de tentarem vender a imagem de excelente administração, os 8 anos de Duque (dois mandatos) no poder foram desastrosos. Em infraestrutura a cidade desceu ao seu mais baixo nível. Os anos de Luciano no governo de Serra Talhada se notabiliza apenas por falácias e por obras realizadas de péssima qualidade.
Para enumerar se demandaria muito tempo, mas basta olhar para o asfalto do Ipsep, para o sucateamento da Guarda Municipal, da educação que em todos os seus anos como administrador sequer distribuiu o fardamento e kit escolar dos alunos. Os postos de saúde também sucateados, o esporte abandonado, a cultura aparelhada e sem atuação, e por aí vai.
Ele, Duque nunca escondeu que estava no PT apenas porque necessitava de uma sigla. Muitas e muitas vezes ameaçou deixar o partido, o que acabou fazendo agora, diante da certeza de que não conseguiria se eleger deputado pelo PT, assim sendo, correu para o Solidariedade onde conta com mais chances para realizar este intento, e também porque vai ficar ao lado de Marília, sua amiga particular, para quem já demonstrou fidelidade e de quem, tem certeza, em caso de sucesso da mesma, será recompensado.
Ainda sobre a ótica dos analistas políticos, no fundo Márcia está vibrando com este passo de Duque, é a grande chance dela se descolar da figura do seu tutor. Não é de hoje que notícias dão conta da insatisfação da prefeita e de todo seu grupo com as ingerências do ex-prefeito na administração, fato que até gerou os comentários de uma cidade com dois prefeitos.
Embora Márcia consiga civilizadamente ir conduzindo toda esta questão indigesta, pessoas do núcleo duro da prefeita garantem que ela alimenta na surdina os ataques de seus aliados ao antigo gestor.
Agora é sentar na poltrona e assistir o desenrolar de tudo isso: Márcia pedindo voto para Danilo Cabral e Luciano para Marília.
“É inevitável um mal-estar” garante alguns analistas políticos.
É esperar para ver.