EDITORIAL DO X DA QUESTÃO – DIA 10/01/2024
Se desenha uma disputa acirrada na eleição municipal aqui em Serra Talhada agora em 2024, e extremamente polarizada, uma polarização que merece algumas observações, a contar da questão de que o grupo do ex-deputado federal, Sebastião Oliveira, que já foi a primeiríssima via, figura agora, nem se sabe em que posição. Há quem diga que terceira via, mas, até para ser terceira via terá que está concorrendo, e até agora nada se decide no grupo do ex-deputado.
Outra observação é a disputa, palmo a palmo, entre velhos aliados, ou seja, a atual prefeita, Marcia Conrado, que chegou ao poder pelas mãos do ex-prefeito Luciano Duque e ele próprio, que se vê diante do quadro ‘criatura versus criador’
Quando Luciano Duque indicou o nome de Márcia para lhe suceder, muita gente duvidou que fosse isso mesmo que ele queria,
Márcia, que na época era sua secretária de Saúde, apesar de ser de uma família tradicionalmente política, não possuía, pelo menos naquele momento, nada que a credenciasse para tanto. Outros nomes eram citados com mais musculatura política que ela.
Duque, no entanto, insistiu e investiu na sua candidata, e agora sabe-se o porquê de tamanho interesse,
Já na época dizia-se que ele (Luciano) procurava um poste. Que queria alguém apenas para ‘esquentar’ o assento de prefeito, para onde ele queria voltar, exatamente agora em 2024, e Márcia era a pessoa indicada pois certamente apenas estaria no cargo, e ele por sua vez é que daria as cartas.
E de fato, depois que se saiu vitorioso, conseguindo eleger a atual prefeita com uma vantagem de votos nunca antes registrada na história da cidade, Duque investiu-se mesmo de ‘eminência parda’.
A prefeita eleita pouco falava… pouco decidia, ao ponto de criar-se a figura do ‘prefeito e prefeita’. Muitos vereadores inclusive diziam preferir despachar com Duque, pois era ele que de fato decidia.
Era ele que viajava para Brasília, era ela que assinava as ordens de serviço, algo inédito, pois apesar de não ter nenhum cargo oficial estava em todos os eventos e em destaque, na sua sombra estava a prefeita.
E assim foi levando. Manteve secretários de sua gestão, aparelhou secretarias, destinou a esposa para outra secretaria, e por aí foi indo.
Só que Duque perdeu a mão e muitas e muitas vezes na imprensa local fazia declarações que diminuíam ainda mais a imagem da gestora, que com dissemos, era oriundo de família de políticos e por isso mesmo, muitos familiares dela alertavam: ‘não vai ficar assim, ela não é isso aí, vai reagir…’. E reagiu.
Como se diz no ditado, pouco a pouco Márcia foi tomando gosto e nesse tomar de gosto resolveu não devolver a cadeira para Duque, e não deu outra: rompimento.
Um rompimento que ela habilmente controlou e deixou que fosse Luciano que saísse desgastado, como o traidor da relação.
E agora está aí.
Com o grupo de Sebastião aos frangalhos, o que se desenha é uma briga de foice entre Márcia e Duque.
Pelas declarações de ambos, que dia a dia se tornam mais ásperas, com certeza muita coisa será jogada no ventilador… desde herança maldita a mal uso de verbas públicas.
Vamos esperar pra ver.