EDITORIAL DO X DA QUESTÃO – DIA 14.04.21
Não está sendo fácil conviver com tudo que vem acontecendo no país, e que, queiram ou não nos atinge diretamente.
De um lado uma pandemia (que é mundial) mas que passa a impressão, pelo menos nos telejornais, imprensa falada, etc, de que pousou sobre o território brasileiro e fez morada.
Todo dia são milhares de vidas que são ceifadas, e nós daqui ficamos com a sensação de impotência. Fazer o que? Nos perguntamos. Ficamos naquela encruzilhada de se correr o bicho pega, se ficar o bicho come.
Quando saltamos das notícias catastróficas da pandemia, aí nos atolamos no lamaçal das notícias da política. Seja do comportamento dos políticos a nível nacional, seja dos estaduais e mesmo locais.
Não tem como não ficar atordoado.
Nem faz tanto tempo assim, quando do auge da operação Lava Jato, nós povo nos enchemos de esperanças de que finalmente o país estava sendo passado a limpo, e que agora, esta nação que sabemos ser rica, e descobrimos mais ainda quando vimos o tanto de milhões de reais que escoavam pelos ralos da corrupção, aí então pensamos: agora sim, o pais vai trilhar pelos caminhos certos, e assim acontecendo, é claro que o povo seria beneficiado.
Diz o ditado que alegria de pobre dura pouco. Pelo visto é isso mesmo.
O que vemos agora?
Já falamos na pandemia. Por enquanto deixemos esse assunto de lado, vamos focar esse outro, o que envolve a política.
O que vemos então?
Uma luta quase sobre-humana de algumas lideranças, seja no congresso nacional, seja no judiciário, em favor de desmanchar, de apagar de uma vez por toda aquela esperança a que nos referimos a pouco.
Parecem nos dar um recado, nos dizer que não, que o país não merece trilhar caminhos corretos. Que a corrupção tem que voltar a ser instituída, que a bandalheira, o aparelhamento das coisas erradas que tanto abominamos, devem voltar, só assim o Brasil volta a ser Brasil.
É preciso entregar as estatais aos afilhados políticos, para que delapidem, para que façam uso político e pessoal das mesmas.
É preciso criar novos ministérios, para serem entregues, nunca aos técnicos, mas aos políticos, a cada partido um, para que se aparelhem, para engordarem suas contas bancárias, aqui e no exterior.
Combater isso é remar contra a maré.
Precisa-se urgentemente trazer de volta os ladrões e corruptos que se lambuzem no poder, como bem queriam, rindo de todos nós.
Aqui embaixo servimos para alimentar essa casta vagabunda, que nos vê apenas como serviçais, obrigados a produzir riquezas para eles usufruírem.
Quem disse que o Brasil precisa de homens sérios no comando?
Quem disse que evitar roubos no erário público é o correto?
Nada disso, o correto é alimentar o ciclo vicioso da safadeza, da corrupção, e se possível participar de tudo isso, somente assim se governa neste país, somente assim se tem apoio das forças misteriosas e sombrias que ditam as regras.
Estamos fazendo o que então?
Ficamos apontando erros.
Ficamos mostrando os desmando e descasos, e no final, eles lá, os manipuladores ainda conseguem distorcer a realidade e todos aqueles que comemoraram possíveis novos tempos, passam a ser párias… perseguidos.
Somos nós então que estamos atrapalhando o desenvolvimento do país?
Somos nós?
Realmente, chegou o tempo que o rabo abana o cachorro.
Será que vamos (quando falamos vamos, nos referimos a todos aqueles que ainda insistem na honestidade) deixar que o mal prevaleça?
Vamos ver calados e aceitar bovinamente manipularem fatos, manipularem eleições e trazerem de volta aqueles que fazem o jogo sujo, aqueles que vê no povo apenas o elemento capaz de ser manipulado e usado para justificar seus desmandos?
Será?
Apesar de neste momento parecer que estamos fraquejando, é bom que se diga que ainda temos um pouco de força, e vamos reagir… reagir e torcer para que alguma outra força desperte e venha em nosso socorro.