EDITORIAL DO X DA QUESTÃO – DIA 15/09/20
A violência contra a mulher é o grande desafio no mundo, mais ainda no Brasil, em Pernambuco e pior na nossa região, conhecida pelo machismo e submissão criminosa muitas vezes da companheira. Nos últimos dias duas moças jovens foram brutalmente assassinadas no Pajeú e acende o sinal vermelho para a questão.
Será que todas estas décadas de incentivo ao debate, ao confronto entre homens e mulheres, generalizando e fazendo nascer nas mulheres o sentimento antagonista ao machismo, resolveu alguma coisa? Pelos números a respostas seria, NÃO!
Encorajar as mulheres para que não aceitem qualquer tipo de violência é apenas um das ações, mas paralelo a isso é preciso garantir a efetiva capacidade de resguardar a integridade física delas. Muitas se sujeitam a humilhações e agressões físicas ou psicológicas por “n” razões, boa parte devido a já serem oriundas de famílias desestruturadas.
Cuidar para a capacitação profissional, evitando a dependência econômica é um caminho. Dar oportunidade para que se preparem e possam portar uma arma, caso estejam em risco, é uma proposta que parece plausível. Legislação dura, não apenas com feminicídio, mais com o homicídio de maneira geral. A banalização da morte é que fez com quem enxergássemos com naturalidade toda desgraça que acontece ao nossos redor.
Mulheres educadas e independes ainda poderão ser vítima de abusadores e autoritários, mas as chances diminuem consideravelmente. Equipar as cidades para que tenham delegacias da mulheres, para que estes equipamentos tenha um equipe dedicada e possa dar andamento com celeridade a processos dessa natureza.
O que o discurso sexista fez até aqui foi equiparar homens e mulheres pelo lado ruim, tornando não homens melhores, mas mulheres femistas e que nutrem tanto autoritarismo e ódio quanto homens machistas. Perdemos a oportunidade de mostrar aos homens que deveriam aprender com as mulheres que bebiam menos, eram mais prudentes no transito e menos envolvidas nos crimes. Hoje a cosa tá equiparada, mas isso não foi de fato um avanço.
A lei precisa ser para todas as cores, raças, sexos. O que se deve combater é o crime, não usar como pretexto para instigar o cometimento de outros.
Precisamos resgatar o respeito pelas mulheres, inclusive delas mesmas que se perderam nesse discurso de embate entre homens e mulheres. Dar a elas segurança financeira, social, econômica e pessoal. Dando condições de defender suas vidas e dignidade, tirando-as da condição de presa fácil. Com olhos bem abertos e menos, políticas sérias e menos discursos odiosos, poderemos garantir um mundo melhor para homens e mulheres.