EDITORIAL DO X DA QUESTÃO – DIA 17/05/2022
Um fato chama atenção nas obras públicas, sejam tocadas pelos municípios, Estado ou Governo Federal: o atraso na conclusão.
Com frequência se vê as obras públicas se arrastarem, quase nunca, ou nunca são entregues dentro do prazo estabelecido.
Aqui em Serra Talhada por exemplo, já mostramos aqui no X da Questão, a construção da Escola do bairro Vila Bela, uma obra que teve início no gestão passada, em 2018 e que deveria, conforme o que informa a placa afixada na obra, estar concluída em dezembro de 2019, só que, a obra está lá, abandonada,
Isso mesmo acontece com o residencial Vanete Almeida.
Centenas de casa estão abandonadas no meio do matagal que nasceu. Segundo as informações do Banco do Brasil, responsável pela construção do residencial, a obra havia parado porque se esperava alguns serviços estruturais, como por exemplo, abastecimento de água, o que aconteceu agora recentemente com a construção pela Compesa da adutora que vai abastecer o novo bairro.
Pois bem, agora é esperar que se retome as obras, já com atraso e muito prejuízo, pois se sabe que o serviço terá que ser refeito na maioria das unidades já que quase todas foram vandalizadas e se tem notícia inclusive da retirada da louças sanitária, telhas e etc.
Acreditamos que devido a clareza das informações nas placas, uma obrigatoriedade por lei, onde é informado o valor da obra, construtora, fonte de recuso de data de início e previsão de termino, uma nova prática vem sendo usada.
As placas atuais não constam a data de início da obra, apenas citam um prazo para entrega, como por exemplo, aqui em Serra Talhada, no memorial as vítimas da Covid e na cobertura do Pátio da Feira, em ambas consta apenas que a obra será concluída em quatro meses… mas perguntamos, quatro meses a contar de quanto?
No caso da cobertura do Pátio da Feira a obra já tem mais de um ano que foi iniciada, mas a informação é essa: a ser concluída em quatro meses, o que pode dar justificativa de que o prazo é a partir da data em que o cidadão leu.
Essa manobra não consegue convencer o cidadão, que é quem de fato patrocina a construção do aparelho. O correto seria colocar as datas, e no caso de atraso, através da imprensa informar os motivos.
O que nos admiramos é que o poder Legislativo… os vereadores, nenhum deles cumpre seu papel de fiscalizador e cobra sobre isso.
Também o Ministério Público. Cabe a ele também fiscalizar o uso dos recursos públicos, assim, no mínimo poderiam, como nós, estranhar tal manobra e procurar saber o porquê de estar sendo usada.
Não queremos dizer que não existam motivos para os atrasos, mas são recorrentes e só trazem prejuízos para o erário público, ou seja, para o povo, além de dar margem para corrupção.
São vários os exemplos, logo, temos que nos espelhar nos exemplos e procurar corrigi-los.
Basta olharmos para Refinaria Abreu e Lima, em Suape… um projeto que começou com R$ 4 bilhões, atravessou anos, subiu para mais de 20 e segundo anuncio do Governo Federal ainda se gastará cerca de mais R$ 6 bilhões para concluir o empreendimento.
Pode?
Quem paga tudo isso?
Vejam, o caso da urbanização do Mutirão, aqui em Serra Talhada, obra do Governo do Estado. Alguém lembra quando começou?
Duvidamos.
O ano exato nem sabemos, lembramos, no entanto, que na época o filho do ex-deputado Augusto César, o Guga, era deputado no lugar do pai, e esteve aqui, junto com o secretário da cidade, na época o senador Humberto Costa, alardeando esta obra, o governador já sabem, era o falecido Eduardo Campos.
Os anos passaram, saíram políticos… deputados, secretários, governadores e a obra nunca saiu do papel.
Gastou-se dinheiro, mas não saíram do lugar.
O Governador atual disse que vai começar num novo trabalho no bairro. É assim em todo ano eleitoral.
E nessa brincadeirinha vão levando.
Sugerimos, para não ficar feio para eles, que coloquem as placas informando a data de início da obra e na data de entrega coloquem: Em tal eleição… de prefeito ou governador.
Pois é isso mesmo, os políticos se aproveitam das obras públicas, financiadas pelo povo para se promoverem, ou seja, pagamos de diversas maneiras. Nosso imposto paga a obra, paga a campanha dos candidatos e ainda somos penalizados pela falta do equipamento.