EDITORIAL DO X DA QUESTÃO – DIA 17/05/2022
Provocados por um ouvinte, vamos retomar aqui um assunto que muitos, e não sabemos porque, querem a todo custo ‘abafar’, esquecer… deixar ser prescrito.
Falamos do famoso caso do ‘Bode e do Peixe’ que tem como figuras centrais o ex-prefeito Carlos Evandro e o ex-prefeito Luciano Duque, hoje pré-candidato a deputado estadual.
O caso, para quem não se lembra, estourou em 2012… lá se vão 10 anos e nada sai do papel.
Na peça o MPF é taxativo. O ex-prefeito Luciano Duque, que figura como réu no processo, e que na época do ocorrido era vice-prefeito de Carlos Evandro, é citado como ‘formador de quadrilha’, e imputado a ele diversas ilicitudes.
Na época ele atuou como presidente do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável, e através desse Conselho movimentava valores expressivos, para fomentar a agricultura familiar e também adquirir os produtos dos agricultores para distribuição na merenda escolar e outros fins sociais.
Segundo o que se apurou na época foram desviados valores e usados nomes e CPFs de agricultores para tal fim, sem que estes tenham produzidos, ou mesmo recebidos os valores declarados pelo Conselho.
Também, segundo o MPF, existiram saques diretos na boca do caixa, inclusive envolvendo o nome da ex-primeira dama, só que a mesma apesar de citada no processo não é indiciada.
O processo todo já foi e voltou da Justiça Federal Diversas vezes, sempre a pedido do MPF, para ‘ajuntamento’ de novos materiais, e nestas idas e vindas se arrasta perigosamente para uma possível prescrição.
Enquanto o processo se arrasta, o pré-candidato a deputado estadual, Luciano Duque já foi eleito duas vezes prefeito e agora busca uma vaga no Legislativo do Estado, sem que nenhuma penalidade lhe seja imposta.
Por outro lado, centenas de pequenos produtores rurais já foram prejudicados, inclusive com impedimento de crédito junto ao BNB, exatamente por estarem com seus CPFs comprometidos na manobra liderada pelo ex-gestor.
Na ultima vez que o processo retornou para o MPF, estava agendado para que o mesmo fosse devolvido a Justiça Federal entre Março e abril de 2020, mas aí veio a pandemia e ninguém mais tocou no assunto, e assim, bem a brasileira, tal qual processos de outros políticos engavetas no STF, o caso do Bode e do Peixe toma a mesma direção.
Dos denunciantes junto a PF do escândalo, muitos poucos ainda tocam no assunto, e a maioria deles hoje são aliados políticos de Duque, apesar de que, caso o processo seja retomado, eles passarão por uma verdadeira saia justa, já que não poderão reformular o depoimento prestado à Policia Federal.
Para os amantes do correto ainda se mantém acessa a chama e esperança de que alguma coisa aconteça no caso, seja para inocentar ou para punir nos culpados.
O certo é que o processo, que é público, está recheado de provas, mas, seria leviandade condenar por antecedência, é necessário aguardasse os trâmites da justiça… mas que seja breve.