EDITORIAL DO X DA QUESTÃO DIA 19.06.20
O escudo do coitadinho, do primo pobre está entrando em cena para justificar as muitas coisas que foram prometidas e acabaram não sendo cumpridas por muitos gestores. As crises são sempre perfeitas para tentar se limpar com o povo e o coronavírus foi perfeito para isso, por duas razões.
Primeiro paralisou grande parte da administração, logo o custo para o funcionamento da máquina caiu consideravelmente, ao passo que o governo federal, no que foi possível, repassou recursos para reparar as perdas de estados e municípios com a desaceleração de consumo, fonte dos impostos que custeiam os serviços públicos.
Por outro lado, a ausência de licitação deixou muita gente “na cara do gol” e, como diria Silvio Luiz, “esse até minha cozinheira fazia”, para tapar não apenas o buracos da má conservação das vias da cidade.
O velho expediente está sendo posto em prática e por mais que não configurar crime que possa ser punido no rigor da lei, o entendimento do cidadão, o direito sagrado de presumir estar sendo iludido ou ludibriado, pode faze-lo rejeitar um gestor em sua reeleição ou um candidato por ele apoiado, se perceber que a tática é a de fazer tudo funcionar no período eleitoral, para convence-lo de que presta aquilo que nunca prestou nem será melhor no futuro.
Reclamar do FPM, atribuir seu insucesso a câmara [no caso de minoria no legislativo] ou querer dividir mérito com este poder, quando houver maioria. Culpar a falta de chuva ou o excesso dela, falar de orçamento apertado, são todos temas bem batidos e usados para esconder a incompetência.
Outra lorota é dizer que tem total compromisso com a transparência. O que menos assistimos é zelo pelo dinheiro dos impostos, a chamada austeridade. Também anda longe a isonomia. Aliados são tratados com caviar, adversários nem pão e água. Portais deficientes e desatualizados não contam o que oficialmente ocorre, pior que sabemos que o estrago está nas brechas do extraoficial.
Portanto, meus amigos, deixemos o sentimento conivente de dizer “é assim mesmo”, “todos são iguais”, “todos calçam 40” ou outro bordões para minimizar nossa responsabilidade na hora de escolher. Quando você voto num político rejeitado, corrupto e criminosos, por mais que legalmente ele ainda esteja solto, você não apenas o possibilita acesso a armas que o blindarão da justiça, como acena que concorda, comunga, que você é cópia fiel de toda e qualquer safadeza que ele cometa. Para, pense, escolha!