EDITORIAL DO X DA QUESTÃO – DIA 23/08/2022
A panela da disputa presidencial está ganhando fervura e este é um momento muito importante para observarmos não apenas o preparo, mas também a paciência dos candidatos para lidar com assuntos espinhosos e com preferências tão nitidamente expostas. A imprensa continua tendo um papel importante de apresentar os candidatos da melhorar maneira possível, colaborando para uma escolha consciente por parte do cidadão.
Contudo, mais do que nunca se percebe uma inquietação dos veículos importantes de comunicação, um revanchismo motivado pelos interesses econômicos próprios e isso descredibiliza, minando assim o papel de colaborar com o eleitor.
Na noite de ontem o presidente e candidato a reeleição, Jair Bolsonaro, esteve na bancada do Jornal Nacional, abrindo a semana de sabatinas. De maneira geral pode-se acreditar que foi positivo, que a condução pressionou o candidato, o que é natural e correto, porém não se pode negar os exageros.
Bonner com cara de deboche, Renata distorcendo informações. O pior é que se alguém pega o debate naquele ponto pode ter saído com uma compreensão dúbia, o que é ruim para o proposito do evento, que é jogar luz sobre as dúvidas das pessoas.
Não há fita métrica para medir a postura, mas certamente quem acompanhar a todas as entrevista, hoje com Ciro Gomes e ainda esta semana com Tebet e Lula, vai ficar atento para saber se a postura será a mesma dos entrevistadores, pois se muitas das críticas lançadas sobre Bolsonaro por sua postura em casos como no combate a covid e outros de natureza subjetiva, quando se avalia empatia, sensibilidade e não a conduta em si que tenha possivelmente causado prejuízo, o que Bonner e Renata farão com Lula? Afinal ele não foi inocentado, os casos de corrupção não são meras ilações, nem suas posições sobre violência, religião e patriotismo podem ser vistas como meros deslizes ou gafes.
O debate foi intenso há quatro anos, ele não esfriou durante todo o mandato de Bolsonaro e muitas mentiras foram transmitidas como verdade. A imprensa, especialmente a Globo, ignora o rastro de corrupção e destruição deixado pelo PT, como na economia destroçada, o desemprego recorde e casos de corrupção de maneira institucionalizada. Isso é ignorado e pode ser visto como uma maneira de colaborar para a construção de narrativas de que tudo não passou de perseguição.
Nitidamente a Globo na maneira que conduz o seu jornalismo, passa o pano no Lula, fechando os olhos para tudo que foi feito, enquanto isso do outro lado imputa a Bolsonaro até aquilo que foi provado pela ação da natureza. Muito mais do que as caras e bocas de Bonner, típicas de filme pastelão, a condução avaria ainda mais a credibilidade do veículo. O uso de dois pesos e duas medidas já causou grandes prejuízos aos veículos tradicionais. A insistência na medida, anulado pelo papel das redes sociais, pode sepultar de vez a estremecida relação destes veículos com o seu público.