EDITORIAL DO X DA QUESTÃO – DIA 26/01/21
E a pandemia continua fazendo seus estragos… ceifando vidas sem nem se incomodar com sua importância na cadeia social, sua crença, cor da pele. Democraticamente, se é assim que podemos dizer ela (a morte) faz suas vítimas e enquanto isso assistimos toda esta tragédia: e de um lado somos brindados com a politização criminosa da situação e do outro vemos a população irresponsavelmente se expondo.
Falamos tudo isso para comentar um pouco sobre a morte, na noite ontem, de Tarcísio Pereira, ou Tarcísio da Livro Sete, como ficou conhecido em todo estado e no Brasil.
Muitos, os mais jovens poderão nem se lembrarem de quem falamos, mas vamos relembrar.
Tarcísio foi o fundador da Livro Sete, que por anos a fio figurou como a maior livraria do Brasil no Guiness Book. Um orgulho para o Recife e para nós pernambucanos, e mais importante do que isso, nos chamados anos de chumbo, a Livro Sete era o abrigo dos intelectuais.
Tarciso foi também presidente da Fundarpe e tem lá suas ligações aqui conosco. Foi através dele que a Casa da Cultura local viabilizou a realização da Missa do Poeta, um evento que chegou a reunir dezenas de artistas de peso da música regional, entre eles o Quinteto Violado, Alcimar Monteiro, Novinho da Paraíba, Zeto e Bia, Fernando Filizola, por aí vai.
E Tarcísio estava aqui entre nós, prestigiando e abrindo espaços na imprensa do estado para que o nosso evento se consolidasse.
A Notícia da morte desse baluarte da cultura pernambucana e porque não do Brasil nos atinge em cheio e fazemos questão de deixar este sentimento registrado aqui.
Quando a tragédia chega assim tão próxima de nós é que enxergamos de perto a gravidade de tudo isso, e mesmo diariamente aqui desta nossa bancada estarmos conclamando para que todos assumam em definitivo os protocolos necessários, nestes momentos temos a certeza que se faz necessário dedicarmos ainda mais tempo para chamar a atenção de todos.
Quantas e quantas vidas vamos perder?
Já somamos no Brasil mais de 217 mil vidas perdidas… será que isso não diz nada?
Será preciso a morte, travestida deste vírus cruel bater literalmente em nossa porta?
Vamos nos cuidar então.
Aqui em Serra Talhada já contabilizamos 90 mortes. Não podemos contabilizar apenas como um número, nada disso, temos que nos lembrar que por trás de cada um existe pessoas que perderam seu pai, mãe, seu avô, avó, seu tio, seu filho, sobrinho, etc.
São sonhos que foram interrompidos.
Será que não dar para parar e pensar nisso?
A vacina tá aí, aos trancos e barrancos chegando. Todo dia aparece mais uma notícia promissora. Novas doses de vacina chegam, isso porem não quer dizer que temos que relaxar, pelo contrário, temos que seguir rigorosamente os protocolos para que de fato a vacinação imunize o máximo de pessoas possíveis e assim possamos ver esta curva mortal diminuir.
Alguns procuram tirar proveito deste momento doloroso, mas vamos esquecer isso, vamos ignorar os políticos inescrupulosos e os empresários gananciosos que acreditam em poder se realizarem a custa de vidas humanas. Deixemos eles a parte, vamos ignora-los e vamos nos cuidar e cuidar da vida dos que queremos bem.