INSTITUTOS ERRAM FEIO NO RESULTADO DAS ELEIÇÕES E TENTAM JUSTIFICAR E SENADOR PROTOCOLA PEDIDO PARA ABRIR CPI DAS PESQUISAS
Um “movimento de última hora” em favor do presidente Jair Bolsonaro (PL). Essa é a explicação de Luciana Chong, diretora do Datafolha, para os erros dos institutos de pesquisas nas eleições presidenciais.
Durante toda campanha a maioria dos Institutos informaram números que sempre foram questionados pela mai0oria da população, somente a chamada ‘grande imprensa é que acolhia e fazia questão de dar publicidade aos números apresentados, agora, depois do fiasco verificado após a abertura das urnas, estes institutos começam a fabricarem narrativas para se justificarem
Na véspera das eleições, Datafolha e Ipec (ex-Ibope) cravaram que a diferença entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o atual chefe do Executivo seria de 14 pontos porcentuais. Ao término da apuração dos votos, no entanto, constatou-se uma diferença de 5 pontos. A margem de erro dos levantamentos dos institutos é de 2 pontos porcentuais (para mais ou para menos).
Chong alegou, em entrevista concedida nesta segunda-feira, 3, à GloboNews, que “um movimento de última hora” em favor de Bolsonaro, vindo de eleitores que inicialmente votariam em Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB), explica o resultado do primeiro turno.
O Ipec (ex-Ibope) também correu para imprensa para corrigir os números que apresentou, como é o caso das pesquisas do Paraná. O instituto corrigiu os dados sobre o período de coleta de campo do estudo de intenções de voto para governo e Senado no Paraná. Publicada às vésperas da eleição, no sábado 1º, a informação inicial dava conta que a pesquisa havia sido realizada entre 29 de setembro até a divulgação, 1º de outubro. As entrevistas, contudo, foram feitas antes: de 28 a 30 de setembro.
Em nota lida no Boa Noite Paraná, telejornal de uma afiliada da TV Globo em Curitiba, na segunda-feira 3, o Ipec informou que o erro ocorreu durante a “digitação no release” com os resultados do estudo.
Outro ponto de crítica em relação ao Ipec é a distância abissal entre o resultado da pesquisa da disputa ao Palácio do Planalto no primeiro turno e a projeção divulgada pela empresa de pesquisas na véspera da eleição, em 1º de outubro: Lula 51% x 37% Bolsonaro (margem de erro de 2 p.p.); Resultado nas urnas: Lula 48,43% x 43,2% Bolsonaro.
O Instituto Paraná Pesquisa foi quem mais se aproximou do resultado final. O último levantamento do Paraná previu que o petista Lula teria 47% dos votos válidos no primeiro turno, contra 41% de Jair Bolsonaro. A disputa acabou 48% a 43%.
O instituto foi alvo de críticas injustas da velha imprensa por dar resultados diferentes de outros como o Ipec (ex-Ibope) e Datafolha, que previam uma vitória de Lula com 14 ou 15 pontos de vantagem. Os velhos institutos erraram feio mais uma vez.
A situação já vinha chamando a atenção de vários políticos e agora o senador Marcos do Val (Podemos-ES) enviou na segunda-feira 3 um requerimento para abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) contra os métodos de apuração das pesquisas eleitorais dos principais institutos brasileiros. Ele defende investigar o sistema e os modelos adotados na realização dos levantamentos.
“A gente precisa discutir e ver o que está acontecendo. Precisamos intimar esses proprietários, sabatinar os técnicos, investigar a fundo”, disse Do Val, em entrevista nesta terça-feira, 4, ao Jornal da Manhã, da rádio Jovem Pan.
Segundo o parlamentar, a comissão seria necessária para “aferir as causas das expressivas discrepâncias entre as referências prognósticas, principalmente de curtíssimo prazo, e os resultados apurados”.
O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), anunciou ontem que vai apresentar um projeto de lei para criminalizar o erro nas pesquisas.
Eduardo Bolsonaro (PL-SP), deputado federal reeleito e filho do presidente Jair Bolsonaro (PL), disse que começou a coletar assinaturas para abrir uma comissão para investigar os institutos de pesquisa.
Houve erros grosseiros, como os mais de 10 pontos porcentuais em relação ao que apontavam as pesquisas na véspera da eleição e o resultado das urnas no domingo 2, em desfavor do presidente Jair Bolsonaro (PL). Também houve erros significativos para os cargos de governador e senador em vários Estados.