SEM CARGO, MAS COM GABINETE NO PLANALTO, JANJA TEM AGENDA DE VICE-PRESIDENTE
Negando-se a informar os gastos e presentes da primeira-dama Janja, a Casa Civil alega que ela “não tem função” e nem exerce cargo público, mas a rotina em seu gabinete no Palácio do Planalto mostra o contrário. Janja recebe ministros para “despachar”, incluindo o chefe da Casa Civil, Rui Costa, além de, parlamentares e embaixadores e funcionários da ONU. A agenda de Janja faz sombra ao próprio vice-presidente Geraldo Alckmin, cujo gabinete, aliás, está relegado a um anexo do Planalto.
Janja recebeu Rui Costa em março, no mesmo dia (17) em que armou cena para ser fotografada no bandejão do Planalto. Nunca mais voltou.
Também em março, em plena cruzada do governo Lula para regular as big techs, Janja recebeu Juliana Barreto, representante do Google Brasil.
As ministras Cida Gonçalves (Mulheres) e Esther Dweck (Gestão), além do deputado federal Reimont (PT-RJ), também batem ponto por lá.
Além de outros salamaleques, há registro da reunião com Flávia Filippini, chefona da EBC, no dia da live de Janja transmitida pela TV Brasil.
O jornal francês Le Monde traz, na sua edição desta terça-feira (31), um artigo em que chama a atenção para a atuação política da primeira-dama Janja da Silva sobre o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O título do texto ainda chama Janja de “vice-presidente” e ainda destaca que ela também é criticada por sua “influência excessiva” no governo.
No texto, o jornal descreve uma cena do dia 30 de outubro do ano passado, quando Lula foi eleito para presidência e derrotou Jair Bolsonaro. “Passaram-se meses, quase um ano, e Rosângela da Silva não saiu dos palcos, muito pelo contrário. Aos 57 anos, ela se tornou até uma das figuras políticas mais influentes do país”, diz trecho da publicação.
O artigo também cita o fato de o gabinete da primeira-dama ser próximo ao de Lula ee a influência sobre a escolha de alguns ministros, como Margareth Menezes para Cultura.