SINTEST CONFIRMA DESVIO DE R$ 9 MILHÕES DA EDUCAÇÃO E ADVOGADO ACONSELHA SECRETÁRIO A RENUNCIAR AO CARGO
Primeiro foi o vereador Vandinho, líder da oposição na Câmara dos Vereadores de Serra Talhada, que na imprensa denunciou que a prefeitura de Serra Talhada, através da Secretaria de Educação havia gasto dinheiro do FUNDEB em outras finalidades. R$ 9 milhões, dinheiro do Fundeb, que segundo o vereador deveriam ser rateado entre os professores.
Segundo a denúncia de Vandinho, os gastos teriam sido para pagamento a credores fornecedores de merendas e até mesmo pagamento de combustíveis.
O vereador, inclusive em conversa com nossa reportagem, garantiu ter provas dos gastos.
Logo em seguida o secretário de Educação ocupou a tribuna da Câmara de Vereadores onde criticou a postura do vereador. “O Dinheiro não evaporou… não sumiu”, disse Edmar Junior, Secretário de Educação. Ele admitiu o uso do recurso, “para pagar outros compromissos da educação, mas que o montante será devolvido”, disse.
Na reunião com o Conselho Municipal de Educação, Edmar Júnior explicou que a prefeitura começou o ano letivo de 2024 devendo aos fornecedores da merenda escolar e a outros prestadores de serviço, por isso precisou utilizar o dinheiro do FUNDEB, o que é proibido por lei.
A presidente do SINTEST (Sindicato dos Trabalhadores na Educação de Serra Talhada), Veraluza, disse que já havia levado o problema a público, “E com dois dias o secretário foi lá e quis me desmentir” e acrescentou: “E quando eu falo desviado, não é que foi ’embolsado’, mas ele desviou para outra finalidade que não podia, a não ser com o professor”.
Em entrevista ao Farol, o advogado Jailson Araujo, que atua como advogado do SINTEST, disse que a confissão do secretário é grave. Segundo ele , o secretário acabou confessando um crime e os vereadores podem ser responsabilizados, caso não abram um processo de investigação.
“Nesse caso, a procuradoria por obrigação legal tem que reconhecer, segundo o que foi apresentado e o que está na 38ª Vara Federal de Serra Talhada, é a apuração dos fatos. E a Procuradoria Jurídica tem que sair em defesa do erário público, não do administrador. Não vamos confundir. O crime já foi cometido. Na defesa, ele [Edmar Júnior] faz um reconhecimento público que houve sim o cometimento deste crime. Eu sendo o secretário eu renunciaria ao cargo. Porque é uma incumbência muito grande ele tentar colocar em nas costas a apuração desses fatos. Mesmo ele fazendo isso, não isenta o administrador, o gestor”, disse Jailson Araújo.